PLURAL: sobre residência, bar e Borges de Medeiros

Redação do Diário

A coluna Plural desta sexta-feira (03) traz textos sobre o tema Cultura e patrimônio. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.

Francisco QueruzArquiteto e urbanista e professor universitário

Há um entendimento, comum a quem estuda patrimônio, de que são preservados os bens úteis à sociedade ou portadores da admiração de quem os acolhe. E se eles forem úteis e admiráveis ao mesmo tempo? Será muito melhor, é claro! Na área de implantação do Distrito Criativo Centro-Gare, há uma série deles. O caso sobre o qual escrevo está localizado na Avenida Rio Branco, entre Silva e Vale, e cumpre os dois requisitos: testemunha, com sua beleza, a cidade há quase um século e, também, permite que o usemos, nos fins de dia. Trata-se da antiga residência criada para Francisco Borges de Medeiros.

Francisco era filho do pernambucano Augusto Cesar de Medeiros, juiz de direito de Caçapava do Sul, e irmão de Antônio Augusto Borges de Medeiros. Este último foi advogado e político, muito relevante no cenário gaúcho, e que governou o Rio Grande do Sul na virada para o século XX (e deu nome também a nossa conhecida avenida).

A residência foi construída no início da década de 1930, pelo arquiteto construtor Olympio Lozza. A ornamentação do edifício, vasta, com platibanda, pilastras, balcões, frisos e trabalhos em massa, caracteriza-o como eclético, linguagem semelhante a utilizada em outras obras do autor, como o Palacete Baptista Seronni (Floriano, esquina com Tuiuti) e o Club Caixeral Santamariense (Acampamento). Depois da construção, há, ao menos, mais 2 modificações datadas. A primeira, do ano de 1950, com a divisão entre o pavimento superior e o térreo e inserção da escada externa, teve a autoria de Wilson Aita. Já em 2015, recebe projeto de intervenção de LP desenho e arquitetura, deixando-a como está, na atualidade.

Após passar por outros usos e proprietários, o belo edifício eclético assumiu, desde o final de 2015, a função de bar, o Growler House. Mesmo que considerações possam surgir, penso que a sociedade ganhou, pois o seu interior ainda guarda diversas características de outrora, que podem ser visitadas por todos. O prédio vive, iluminado a noite, e nós ganhamos uma ótima opção para tomar uma boa cerveja artesanal. (Agradecimento às informações deste texto ao professor Luiz Gonzaga Binato de Almeida)

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